Newsletter CINFU - novembro 2022

A transição digital e a educação e formação profissional – resultados do 2º Inquérito europeu do Cedefop sobre competências e empregos

Para informar o debate político e a capacidade de resposta do ensino e formação profissional sobre as tendências do futuro do trabalho, o Cedefop realizou, em 2021, o 2º Inquérito Europeu do Cedefop (Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional) sobre Competências e Empregos, analisando informações comparativas de cerca de 45000 trabalhadores adultos de todos os Estados-Membros da União Europeia (UE), mais a Noruega e a Islândia.
As primeiras conclusões deste segundo inquérito, muito voltado para apoiar decisões relativas à qualificação e requalificação digital e às competências para a transição verde, foram recentemente publicadas. Passa a dar-se nota das mais relevantes. 
Muito antes da COVID-19, registavam-se já preocupações com possíveis perdas de empregos devido à automação advinda da indústria 4.0 e à consequente intensificação do uso de tecnologias digitais. 
O 1º Inquérito Europeu do Cedefop sobre Competências e Empregos tinha já revelado que 43% dos trabalhadores adultos da UE foram sujeitos à utilização de novas máquinas e sistemas de TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), bem como chamado a atenção para o facto de cerca de metade dos empregos nas economias mais avançadas serem suscetíveis à substituição por algoritmos de inteligência artificial.
Com a eclosão da pandemia a transformação digital da Europa acentuou-se ainda mais, passando, nomeadamente, a ser mais aceites as formas remotas de trabalhar e aprender. 
Os dados do segundo Inquérito do Cedefop revelam que: 

  • Mais 29% dos trabalhadores dos países analisados estão envolvidos em trabalho remoto, em comparação com a era pré-pandemia; 
  • Cerca de 4 em cada 10 adultos trabalhadores usaram com mais frequência as tecnologias digitais para realizar algumas de suas tarefas; 
  • Um terço desses trabalhadores (36%) realizou formações online para fins relacionados com o trabalho.

Quanto ao desenvolvimento de competências digitais, exacerbadas pela pandemia, o Inquérito revela que: 

  • 35% dos trabalhadores tiveram que adquirir novas competências digitais para desempenharem as suas funções principais;
  • um terço dos trabalhadores europeus teve de aprender a trabalhar com novos programas de computador ou software, excluindo atualizações regulares; 
  • 10% tiveram que aprender a usar máquinas informatizadas para tarefas relacionadas com o seu trabalho.

Os dados do Inquérito também indicam que: 

  • Mais de metade dos trabalhadores precisam de desenvolver ainda mais as suas competências digitais para desempenharem melhor as suas funções. (Relevante é a permanência dessa lacuna, apesar de 1 em cada 2 adultos da UE+ terem empregos de “baixa intensidade digital”. Muitos dos trabalhadores que evidenciam grande necessidade de adquirir competências digitais não conseguem aceder à formação, incluindo aqueles que, sendo digitalmente pouco qualificados, não utilizam dispositivos informáticos no seu trabalho.).
  • Apenas 26% dos trabalhadores realizaram atividades não formais de educação e formação para o desenvolvimento das competências digitais exigidas pelo seu trabalho entre meados de 2020 e 2021. Essa formação em competências digitais foi principalmente frequentada por homens e trabalhadores urbanos, com nível de ensino superior, em empresas de maior porte e a trabalhar em profissões altamente qualificadas.
  • As indústrias reagem de forma diferenciada em face das lacunas de competências digitais da sua força de trabalho, destacando-se pela positiva. Enquanto que 6 em cada 10 trabalhadores da área das TIC frequentam formação em competências digitais, menos de 3 em cada 10 o fazem no setor do turismo e restauração.

As primeiras conclusões do segundo Inquérito apontam para a necessidade de se mitigar as lacunas de competências daqueles que estão expostos à inovação tecnológica e diminuir o fosso digital e a obsolescência tecnológica num período temporal razoável. Há também necessidade de um maior investimento e reconfiguração dos métodos para o novo trabalho digital nos locais de trabalho da UE. Em vez de especular sobre quais os empregos que podem desaparecer com a introdução de competências digitais nas empresas, as políticas de competências digitais devem ter como objetivo a correção de práticas de gestão e de trabalho para garantir a complementaridade homem-máquina.
As políticas de educação e formação profissional devem centrar-se principalmente nos trabalhadores que não usam tecnologias digitais no trabalho e naqueles que generalizadamente a utilizam muito pouco e que são 1 em cada 8. Resolver a divergência entre quem mais precisa de formação e quem de facto a consegue obter é primordial. Os decisores políticos devem concentrar esforços para alcançar grupos de trabalhadores mais vulneráveis, priorizando os mais velhos, mulheres, pessoas de baixa qualificação e trabalhadores do comércio. Igualmente importante para as políticas de competências digitais da UE é a promoção da adoção dessas tecnologias centradas nos trabalhadores.

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